“Falta um diálogo mais aberto sobre sexualidade com os jovens”, afirma coordenador da ABIA sobre relatório da UNAIDS





Mais uma vez, um relatório global sobre a incidência de AIDS no mundo comprova o fracasso brasileiro nos últimos anos na resposta à epidemia.  A UNAIDS, a agência das Nações Unidas para a AIDS, divulgou hoje (14/07) novo relatório mostrando que houve queda de 35,5% de casos de HIV no mundo entre 2000 e 2014. Na contramão da tendência mundial, a taxa subiu no Brasil.
Para Salvador Corrêa, coordenador executivo adjunto da ABIA, a onda de conservadorismo que assola o país tem impedido um diálogo franco e aberto sobre a prevenção. “O Brasil precisa resgatar o papel de protagonista para voltar a frear a epidemia de HIV. Há um ano, o relatório da ONU (The Gap Report) mostrou mais ou menos a mesma coisa, ou seja, uma tendência de queda dos casos de infecção por HIV no mundo e aumento no Brasil. Um ano se passou e a cena se repete”, afirma.
De acordo com Corrêa, muitos fatores são responsáveis por este resultado, mas alguns merecem destaque. Dentre eles, a perda da ousadia na resposta brasileira. “Falta um diálogo mais aberto sobre a sexualidade, especialmente a sexualidade dos jovens e dos grupos mais vulneráreis (HSH, pessoas trans, profissionais do sexo, etc)”, salienta. Para Corrêa, estes grupos estão cada vez mais estigmatizados pelo discurso conservador e moralista.
Outro fator destacado pelo coordenador executivo adjunto da ABIA, e também relacionado à onda de conservadorismo, é a falta de um diálogo franco e aberto sobre a prevenção. Segundo ele, “ medidas estruturais, que incluem mudanças legislativas progressistas são importantes. No entanto, forças conservadoras vem se tornando uma barreira quase intransponível no enfrentamento ao HIV. Passamos por um período de vetos de campanhas ousadas e, recentemente, pelo surgimento de uma legislação que criminaliza a transmissão (mesmo com toda a sociedade civil, UNAIDS e governo serem contrários) ”, ressalta.
A ausência da solidariedade como perspectiva central na resposta à epidemia é outro fator que influencia diretamente no fracasso brasileiro. Corrêa nos lembra que “antes de qualquer coisa, o HIV é um grave problema social e humano. E revela facetas cruéis da sociedade, como a discriminação e o preconceito. Faz com que pessoas queiram controlar comportamento das outras pela via da coerção motivadas pelo medo”, ressalta.
Para ele, reconhecer essa faceta é um passo importante para o resgate da perspectiva da solidariedade, já que permite a percepção do outro como um sujeito, humano e em sofrimento. A solidariedade permite ainda o acolhimento da dor e o crescimento enquanto sociedade – nos aspectos mais belos da vida coletiva.
“Para, nós da ABIA, o Brasil só resgatará o papel outrora conquistado como protagonista e pioneiro no enfrentamento, se reconhecer essas falhas na prevenção. A resposta à AIDS somente será exitosa se incluir perspectivas sociais, culturais e emocionais”, finaliza.
Para a REDE JOVENS + PARÁ, o enfrentamento à epidemia de HIV/AIDS dentro do estado vem sendo um grande desafio, cada vez os espaços conquistados para comunicação, alerta e formação da juventude juntamente com  a população LGBT, estão cada vez mais enfraquecidos e os movimentos sociais em uma forma de reverter esta situação pensam em novas estratégias que em conjunto com diversos segmentos visam um resultado coletivo mais proveitoso pois a população em geral sempre é a beneficiada no final do processo.


Fonte:http://abiaids.org.br/
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