ENCONTRO REGIONAL DE JOVENS VIVENDO E CONVIVENDO COM HIV/AIDS DA AMAZÔNIA ORIENTAL

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Buscando sensibilizar a juventude para a prevenção e a adesão ao tratamento do HIV, a Rede Jovens + Pará realizará de 16 a 18 de maio o “Encontro Regional de Jovens vivendo e convivendo com HIV/Aids da Amazônia Oriental”. Tem o propósito de promover reflexões-ações de protagonismo juvenil em rede, para o enfrentamento da AIDS nos Estados do Amapá, Maranhão, Pará e Tocantins.

Tendo em vista o aumento desta infecção na população juvenil, nas regiões norte e nordeste, sobretudo na Amazônia, esta atividade nasce da necessidade de estimular cada vez mais a juventude no combate a AIDS, numa realidade onde as dificuldades geopolíticas, sociais, culturais e ambientais, aumentam ainda mais a vulnerabilidade em relação a disseminação do HIV.

Esta atividade terá caráter in-formativo, mobilizador e de articulação, abordando as seguintes temáticas: prevenção e tratamento, protagonismo e participação juvenil, direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS, afetividade e sexualidade nas relações interpessoais soropositivas e negativas, qualidade de vida, diagnóstico precoce e atuação em rede. Em vista de interiorizar cada vez mais estas iniciativas, descentralizando-as das regiões metropolitanas, este encontro se realizará na região do Carajás, especificamente no município de Marabá/PA.

CONTEXTO:

De 1980 a junho de 2012, o Brasil contabilizou 656.701 casos de HIV/Aids. Segundo o Ministério da Saúde, há 36 mil casos novos e aproximadamente 11,5 mil óbitos por ano. Há uma preocupação em relação à prevalência da infecção pelo HIV, sobretudo em algumas regiões do país e na população juvenil, que dos 38.776 casos notificados em 2011, cerca de 9.168 estavam na faixa etária de 15 a 29 anos.

Na Amazônia, o problema da concentração da propriedade rural, as tensões sociais no campo pela posse de terras, a dificuldade crescente de acesso a crédito e mercados para a agricultura de base familiar, e a falta de infraestrutura de saúde e educação tem sido principais fatores que impele os jovens a migrar, geralmente, para as áreas periféricas de maior risco social e ambiental dos centros urbanos. Esta vulnerabilidade tem gerado efeitos em sua população, sobretudo no meio ambiente ecológico, social, econômico e político a sua volta, principalmente entre os mais pobres que sofrem desproporcionalmente os efeitos das doenças infecciosas e parasitárias e que têm os mais altos índices de mortalidade.

Segundo dados do mais recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 24 milhões de pessoas moram na Amazônia e 80% estão nas cidades. O crescimento da população da região nos últimos 20 anos foi de 41% (a média brasileira bateu em 31%), e a migração tem papel importante nesse número e também favorecendo a disseminação da Aids, uma vez que contribuem para o êxodo rural de jovens. Em 2011, cerca dos 38.776 casos de Aids notificados pelo Ministério da Saúde, 5.149 foram registrados na região amazônica.

Entretanto, grande parte destas cidades, não dispõe de uma estrutura tanto para a prevenção, quanto ao tratamento para o HIV. Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Serviços de Atendimento Especializado (SAE), além de insuficientes, encontram-se centralizados nos centros urbanos, sobretudo nas capitais. E ainda, é preciso considerar que além da presença do vírus em seus corpos e suas consequências, existe uma série de outros fatores macroestruturais que influenciam as condições de vida e de saúde das pessoas vivendo com HIV/Aids, ligadas à discriminação e outras violações de direitos.

Neste contexto, a atuação da RNAJVHA nasce da necessidade de empoderar jovens vivendo e convivendo com HIV/Aids na luta contra esta epidemia, a partir da metodologia de educação entre pares. Com organizações eclesiais, sociais e governamentais vem desenvolvendo estratégias de promoção dos direitos e do protagonismo juvenil, para a intervenção no aumento da infecção pelo HIV e contra a invisibilidade de soropositiv@s, desde o serviço público à agenda política do Estado.